O último álbum que ficou três messes no topo da lista americano foi Songs in the Key of Life, de Stevie Wonder, em 1976. Esse recorde só foi batido mais de 30 anos depois, pelo duplo álbum Hannah Montana 2/Meet Miley Cyrus, em 2007.
Stevie Wonder nunca imaginaria que o seu histórico disco seria destronado pelo de uma garota de 16 anos "fabricada" pela Walt Disney, e que, além de estrela da música, da televisão (com a série Hannah Montana do Canal Disney) e do cinema (Hannah Montana: O Filme), também vende, aos milhões, DVD, livros, jogos de vídeo, uma linha de roupa e merchandising variado, que fizeram o seu valor comercial ascender a 25 milhões de dólares (18,3 milhões de euros) em 2008.
Miley Cyrus, que na série faz o duplo papel de Miley Stewart/Hannah Montana, uma liceal cujo alter ego é uma estrela pop, é o sonho tornado realidade de qualquer companhia de entretenimento. Uma adolescente carismática, multitalentosa, religiosa e de imagem familiar e saudável, que apela a um imenso público jovem, situado entre os seis e os 16 anos. E foi à Walt Disney que saiu esta sorte grande risonha e loura.
Os números associados a Hannah Montana, a personagem da TV, tela e do palco incarnada pela filha do cantor country Billy Ray Cyrus, são estarrecedores. O álbum Hannah Montana 2/Meet Miley Cyrus vendeu três milhões de cópias; Hannah Montana: O Filme vai em 75 milhões de dólares (60 milhões de euros) de receitas mundiais; os seus DVD venderam cinco milhões de unidades; o jogo de vídeo quase dois milhões; e a autobiografia, Miles to Go, mais de 30 milhões de exemplares em todo o mundo, chegando ao número um do top de livros juvenis do The New York Times; e a série foi vista por 200 milhões de pessoas em 2008. A Time pô- -la entre as cem pessoas mais influentes do mundo, e a Forbes no número 35 das celebridades mais bem pagas. Os seus rendimentos anuais estão calculados em 3,5 milhões de dólares (2,5 milhões de euros).
Miley Cyrus não é o primeiro fenómeno juvenil do showbiz dos EUA, nem será o último. Mas é, até agora, o maior de sempre, pelas multidões que atrai e pelos valores que movimenta. Desde 2007, ano do advento de Hannah Montana, as receitas globais do merchandising da Disney saltaram de 400 milhões de dólares por ano (293 milhões de euros) para 2,7 milhares de milhões (1,9 milhares de milhões de euros).
Nascida em Nashville, em 1992, Miley (o seu nome é Destiny, mas pegou a alcunha Miley por estar sempre a sorrir) começou a ter aulas de representação aos nove anos, entrou nalgumas séries de TV e filmes e apresentou-se no casting da série Hannah Montana quando tinha 12 anos. Foi recusada por ser jovem demais, mas insistiu e acabou por ser contratada um ano depois. O pai, Billy Ray Cyrus, juntou-se-lhe depois, para interpretar o papel de... pai de Miley Stewart/Hannah Montana. A série começou a ir para o ar em 2006, e o resto é história e lucros.
Em Abril do ano passado, Miley pediu desculpa publicamente aos seus admiradores por uma fotografia tirada por Annie Leibovitz para a Vanity Fair, em que aparecia seminua e envolvida num lençol de cetim. Muitas mães de fãs ameaçaram queimar os produtos marca Hannah Montana, e escreveu-se nos media americanos que a foto significava "o fim da inocência" de Miley Cyrus. Mas ainda está longe o fim da "marca" Hannah Montana.
DN Gente
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